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sexta-feira, setembro 3

Sobre apostas e masmorras. Entre livros e arranhões.


Uma simples aposta.
Foi assim que tudo começou (?).
Mas será que ele percebeu meus olhares discretos? 
Foram dias de provocações, indiretas, bilhetes, mensagens.
Eu cumpri minha palavra.
E como ele disse que seria, não o vi mais com os mesmos olhos.
Mas sera que ele sabia que eu ja não o via com olhos amigos à algum tempo? 
E no meio de tudo aquilo eu o ouvi dizer baixinho "je t'aime".
Talvez pelo choque, pensei ser uma armadilha da mente.
E os dias foram passando.
As provocações continuaram.
Daí, vieram as masmorras.
Adrenalina, medo, desejo.
Arranhões, marcas externas.
"EU TE QUERO GAROTO", marcas internas.
Essas não saem tão facilmente.
"Eu não me importo, estou à mercer".
"Você nunca vai esquecer de mim. Nunca".
E fui me deixando envolver.
E fui tentando envolvê-lo.
E então, ele resolve ser cobaia.
NÃÃÃO.
Raiva, revolta, mágoa.
Raiva de mim por me iludir.
Raiva dele por ter mentido.
Lágrimas vieram.
VOLTEM MALDITAS !
Deixei a outra tomar conta, tentei sufocar os sentimentos.
"TARDE DEMAIS" ela me disse.
Rindo sinicamente da minha cara.
E ela o atacou. Eu não deixei. Mas não pude controlar.
Não se importou com os outros.
"Louca, descontrolada", eu gritava. Mas não era audível.
Ele se foi. Ela foi junto.
Algumas horas depois, conversando com ele, tentei ser fria.
Eu queria magoa-lo, faze-lo sentir como eu me sentia.
Mas eu mudei tanto que nem isso eu consegui.
E falei. Falei o que eu quis. E o ouvi.
Agora sim. Ele disse tudo que eu sonhei escutar.
Ele me quer. Só à mim. Só pra ele.
Ele não quer ser cobaia. Eu não preciso de distrações.
Eu quero só você.
Porque é o seu perfume que me persegue, que me vem à cabeça quando eu menos espero.
É o seu toque frio que me da prazer.
Felicidade, tremi por dentro, congelei, e as lágrimas vieram, não conseguia acreditar.
São essas as palavras que eu tanto esperei ouvir.
Que iam brotando naquela tela.
Mas então ele se foi.
"BOA VIAGEM. E VOLTE INTEIRO. PRECISAREI DE VOCÊ".
E no meio daquele turbilhão de emoções, lá estava ela, minha amiga e cumplice, me apoiando e guiando.
Eu a abracei, olhos marejados: "obrigada Jaam".